Segunda-feira, 31.12.18

Mas já era

Mas já era.jpg

É natal, é natal

É natal mas já era

Para uns não tão mal

Para outros não tão bera

 

Na razão incremental

De tudo o que se espera

Traças um quadro banal

Até à próxima primavera

 

E depois, e depois?

Vêm os tempos felizes

De muito sol e calor

 

Cinco, quatro, três ou dois

Número igual  de narizes

A cabana e muito amor.

publicado por poetazarolho às 09:43 | link do post | comentar | ver comentários (3)
Domingo, 30.12.18

Sem sentidos

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“Na versão dos distraídos”

Vamos sempre assobiando

Não vemos os corrompidos

Nem os que estão roubando

 

Marchamos sem alaridos

Porque nos querem marchando

Já não temos cinco sentidos

Porque nos foram amputando

 

Das funções sensoriais

E agora dão-nos chocolate

E muito fogo de artifício

 

Dois sentidos é demais

Um sentido é para abate

Quando cais ao precipício.

publicado por poetazarolho às 15:22 | link do post | comentar | ver comentários (3)

Desmuros

Desmuros.jpg

Que os muros irão cair

Não tenhamos ilusão

Mas podem todos dormir

Pois não é neste serão

 

Talvez num que há-de vir

Sem sabermos a razão

Veremos esses muros ruir

Ou sucumbam por implosão

 

Todavia podemos implodir

Sem necessitar autorização

Outros muros em construcção

 

Para que a mente se possa abrir

Aos muros que então se farão

Sejam eles de pedra ou não.

publicado por poetazarolho às 03:43 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Quarta-feira, 26.12.18

Fui ver

Fui ver.jpg

Passa o tempo devagar

Tão depressa por mim passa

Que até pareço congelar

Quando ele me ultrapassa

 

Sem razões pra duvidar

Dos trilhos que ele traça

Dou por mim a meditar

Nariz encostado à vidraça

 

Batem leve levemente

Não será essa meditação

E o tempo não bate assim

 

Fui ver a neve caia indolente

No pátio da imaginação

Que mais parecia um jardim.

publicado por poetazarolho às 22:00 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Terça-feira, 25.12.18

Ao vento

Ao vento.jpg

A ignorância é opcional

Nada fica sem sentido

Tudo é bem, tudo é mal

Ninguém está comprometido

 

No domínio do irracional

Onde nada é descabido

Mas se transforma afinal

No acto mais repetido

 

Abolir o esquecimento

Se lembrar foi esquecido

Repetindo-se o momento

 

Não o sentes repetido

Lanças o saber ao vento

Que o devolve digerido.

publicado por poetazarolho às 20:25 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Quinta-feira, 20.12.18

Direito à cotovia

Direito à cotovia.jpg

O direito à teoria

É uma prática milenar

Se antes não se sabia

Necessário é questionar

 

Quem pra baixo assobia

Poderá ao lado passar

Da mais bela cotovia

Sem que a ouça cantar

 

Tudo o que não exista

Tem o direito a existir

Se faz parte dum ideal

 

Portando nunca desista

Das suas ideias abrir

Ao que é o mundo real.

publicado por poetazarolho às 00:31 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Terça-feira, 18.12.18

Moínhos não

Moínhos não.jpg

Nem no melhor pesadelo

Vislumbrei algo assim

Tinha manta com pelo

Belos lençois de setim

 

O dia amanhecia belo

Arauto tocava o clarim

Anunciava no castelo

Pesadelo seria pra mim

 

Aproximava-se o dragão

Dos cuspidos fumegantes

Prestes a destruir o sonho

 

Não acordei desde então

Enfrento dragões ofegantes

E aos moínhos não me oponho.

publicado por poetazarolho às 00:51 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Domingo, 16.12.18

Dias em fumo

Dias em fumo.jpg

“De guardar nenhum bocado...”

Nem sequer um bocadinho

Pois sinto-me tão tocado

Não acerto no caminho

 

É a ouro debruado

Em fusão neste cadinho

Que em frente vai de lado

Que de lado vai sozinho

 

Já não sei pra onde ia

Já não sei sequer se vou

Indeciso pr’aqui estou

 

Leve um ano ou um dia

Esse dia não chegou

E o ano já se esfumou.

publicado por poetazarolho às 22:59 | link do post | comentar | ver comentários (1)

Actualizações

Actualizações.jpg

Este foi o derradeiro

De muitos que hão-de vir

Segue-se por fim o primeiro

Que ainda está por decidir

 

Será um momento inteiro

Se chorar não é pra rir

Depois segundo e terceiro

Surgem sempre a seguir

 

Nesta vida baralhada

Já não lembro de mim

Na actual configuração

 

Memória reconfigurada

Quantos estarão assim

A sofrer uma actualização.

publicado por poetazarolho às 20:50 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Terça-feira, 11.12.18

Fragmentos

Fragmentos.jpg

“Enquanto houver poesia”
Soprada assim ao vento

Não acaba a ventania

Não esmorece o alento

 

Essa luz que nos guia

Ilumina o pensamento

Seja de noite ou de dia

Revoga o esquecimento

 

De alegre azul pintando

Todo o vasto firmamento

Se torna valor seguro

 

Em memória registando

Cada possível momento

Seja passado ou futuro.

publicado por poetazarolho às 23:24 | link do post | comentar | ver comentários (4)

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