Sexta-feira, 31.03.17

Conto d'encantar

Conto d'encantar.jpg

Nas estrelas há loucura

No vento há ansiedade

No oceano magia pura

Na terra há sobriedade

 

Ao longe o dragão alado

Cospe um fogo sem fim

Em seu canto aninhado

Não o façam tão ruim

 

Na sua torre a donzela

Desespera p’la salvação,

Não a façam tão bela

 

Senhora de sua feição!

Eis que surge à janela

Seu amado, o dragão.

publicado por poetazarolho às 04:16 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Segunda-feira, 27.03.17

Relativismos

Relativismos.jpg

O eterno nunca o será

Pois até a eternidade

Um dia se extinguirá

Por perder a mocidade

 

E o infinito terminará

Com a sua infinidade

Pois do início chegará

A ter imensa saudade

 

E a energia produzida

A uma atroz velocidade

Esbarrará na comoção

 

Tal como é próprio da vida

Que com sua relatividade

Relativizará a equação.

publicado por poetazarolho às 23:42 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Quinta-feira, 23.03.17

Admiráveis discursos

Admiráveis discursos.jpg

O amor à humanidade

Não tem côr e não tem raça

Não existe superioridade

Nada justifica a devassa

 

Mas há em bicos de pés

Quem se advogue soberano

Devia olhar-se de vez

Antes do cair do pano

 

É neste palco acirrado

Que sobe de tom o ruído

E se torna insuportável

 

Mas existe o outro lado

Onde o discurso proferido

É tão correcto e admirável.

publicado por poetazarolho às 23:02 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Quarta-feira, 22.03.17

Selfar

Selfar.jpg

Em busca da felicidade

Decidi ser infeliz

Aliando-me à realidade

Que a felicidade contradiz

 

Espectro desta sociedade

Que já não é o que diz

Escondendo a ansiedade

Com uma selfie tão feliz

 

De sorriso escancarado

Para que o mundo veja

Este seu modo de estar

 

É um mundo transtornado

Tem mais do que deseja

Mas já não consegue amar.

publicado por poetazarolho às 07:08 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Quinta-feira, 16.03.17

Estados

Estados.jpg

 Vão levando a paciência

Devagar, devagarinho

Proporcionam a demência

Sempre com muito jeitinho

 

Usam tod’a complacência

Com o pobre coitadinho

Pois sabem da indecência

Ao trilhar-lhe o caminho

 

São o estado providência

Cada vez mais previdente

Ao cuidar do seu umbigo

 

Não lhe pesa na consciência

O estado da pobre gente

A quem impõem castigo.

publicado por poetazarolho às 23:18 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Sexta-feira, 10.03.17

Mar de existência

Mar de existência.jpg

Não me encontras em mim

Nem vale a pena procurar

Mas isso não é o fim

Fui apenas ver o mar

 

Fora do meu ser enfim

Procuro sem encontrar

A existência e assim

Não me posso justificar

 

Nem lembro donde provim

Estou apenas a contemplar

Era o mar, mas agora não

 

Torna-se claro o frenesim

Volto em mim a despertar

Retorna a mim a razão.

publicado por poetazarolho às 23:27 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Quinta-feira, 09.03.17

Origens

Origens.jpg

Ontem, hoje e amanhã

E também o vice-versa

Pois a origem não é vã

Embora esteja dispersa

 

É necessário lá voltar

Para reunir cada bocado

E só então interpretar

As memórias do passado

 

Amanhã, hoje e ontem

E o vice-versa também

Representa o regresso

 

A futuros que apontem

O caminho que contém

Na origem o recomeço.

publicado por poetazarolho às 22:14 | link do post | comentar | ver comentários (1)

O sistema

O sistema II.jpg

Aqui e em qualquer lugar

Naufragamos sem querer

Por o sistema não prestar

Nem sequer nos querer ver

 

Sem o direito a reclamar

Bem que podemos sofrer

Bem que podemos chorar

Bem que podemos morrer

 

Mas temos que nos conter

P’ra podermos descontar

E o sistema alimentar

 

Pois ele não quer saber

Se estamos a naufragar

Desde que esteja a flutuar.

publicado por poetazarolho às 00:06 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Domingo, 05.03.17

Dissoluções

Dissoluções.jpg

Sozinho no universo

Remando contra a maré

Assim fico mais disperso

E bebo mais um café

 

Estando a mente aberta

O conhecimento fugiu

Cafeína mantem o alerta

Mas a edificação ruiu

 

Dessa água não beberei

Afirmo com convicção

Do universo, nada sei

 

Não procuro a solução

Nem identifico uma lei

Mas sinto a dissolução.

publicado por poetazarolho às 23:33 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Sexta-feira, 03.03.17

Asfaltados

Asfaltados.jpg

Só a opulência grassa

Neste mundo em ruínas

Miséria não o trespassa,

Quanto distam as esquinas?

 

A esquina da moralidade

Ruiu sem darmos por nada…

Sobre estilhaços de bondade

Crueldade fez-se estrada

 

Assim cruzamos o mundo

Com o espírito esventrado

E um coração de asfalto

 

Onde o amor jaz moribundo

O humano é posto de lado

E o que luz fala mais alto.

publicado por poetazarolho às 06:57 | link do post | comentar | ver comentários (1)

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