Terça-feira, 24.01.17

Demais

Demais.jpg

Se nada tens p’ra fazer

Descansa lá um bocado

Pois estou aqui a prever

Que tens tudo terminado

 

Tudo o que a seguir vier

Será apenas um retrocesso

Mas se nada te convier

Ficará tudo em processo

 

Nada e tudo ou tudo e nada

Constituem partes iguais

Num processo desigual

 

Desta vida desequilibrada

Onde nada é sempre demais

Se tudo representa afinal.

publicado por poetazarolho às 00:05 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Sexta-feira, 20.01.17

Improváveis

Improváveis.jpg

O improvável aconteceu

Alterando a probabilidade

O inesperado prevaleceu

Subjugando a realidade

 

Realidade foi feita refém

Do processo de mudança

Indispensável é porém

Só assim o mundo avança

 

A surpresa da situação

Confirmou o improvável

Porque nunca antes visto

 

Integra agora a evolução

Será mesmo indispensável

Porque a evolução é isto.

publicado por poetazarolho às 06:53 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Segunda-feira, 16.01.17

Verdades em movimento

Verdades em movimento.jpg

Coisas simples e banais

Deixadas ao sentimento

Verdades fundamentais

Perpetuam o movimento

 

Fogem a factos ancestrais

Sem obter consentimento

Entram em zonas irreais

Desprezam o fundamento

 

Pós-verdade é aceitável

E não muito mais que isso

Pois com certeza tropeça

 

Numa verdade irrealizável

Que foge ao compromisso

Lá onde a mentira começa.

publicado por poetazarolho às 22:37 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Quarta-feira, 11.01.17

Lava supostamente

Lava supostamente.jpg

Zarolho não é poeta

O poeta era zarolho

Via muito desse olho

Esse suplente profeta

 

Que a poesia afecta

Se ao verso me tolho

Mas a sabedoria colho

Numa relação directa

 

Assim pensei certo dia

Ao ver brotar a canção

Das entranhas do vulcão

 

Na lava me queimaria

Mas alterei a intenção

Que o verso é suposição.

publicado por poetazarolho às 22:09 | link do post | comentar | ver comentários (4)
Domingo, 08.01.17

Branca luz

Branca luz.jpg

Ensaio sobre a cegueira

Da condução em Lisboa

Andei sem eira nem beira

Fiz uns kilometros à toa

 

Não havia branca luz

Nem a cegueira era total

Mas quem assim conduz

Não pode ir à capital

 

P´lo Alentejo deve ficar

Podendo ir até Santiago

E não muito mais além

 

Quem assim ousa guiar

Romanceado por Saramago

Verá a luz branca também.

publicado por poetazarolho às 23:13 | link do post | comentar | ver comentários (2)

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