Brutais
Eu não posso engravidar
Porque útero nunca tive
Por isso deixem-me estar
Do meu corpo ninguém vive
Mas minh’alma pode parir
Bem p’ra cima dum milhão
E das mais qu’estão p’ra vir
Outras tantas nascerão
São de partos naturais
Estas palavras sem rosto
Que nascem sem permissão
Tantas vezes feias brutais
Muito mais do que o suposto
Sem nunca pedir perdão.