Enteados
Era um povo muito crente
Tinha um enorme coração
Mas um modo ambivalente
De crer nos que o não são
Por isso era deprimente
Chegada a hora da votação
Quem espremera a gente
Era favorito à reeleição
Não existia alternativa
Neste reino tão peculiar
Mesmo à beira do abismo
Mas ninguém viu qu’a deriva
Construída pr’a nos sangrar
Era a filha do capitalismo.