Segunda-feira, 29.06.15

Embriagados

Embriagados.jpg

Filhos do mesmo Deus

Desse sangue nascidos

Todos somos europeus

Chegámos aqui despidos

 

Sobe à cabeça o poder

Embriaga-nos o dinheiro

Um irmão está a morrer

Ele que parta primeiro

 

Nesta festa da vaidade

Tudo vale p’ra ostentar

Toneladas de riqueza

 

Mesmo que a austeridade

A muitos esteja a matar

Por só terem fome à mesa.

publicado por poetazarolho às 23:35 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Domingo, 28.06.15

Que se lixe o povo

Que se lixe o povo.jpg

Em dia de eleição

Este povo não mudou

E depois do arrastão

Foi nos mesmos que votou

 

Vira o disco toca a canção

A que o poder nos habituou

Que o povo desta nação

Vai levar mais do que levou

 

Desemprego a aumentar

Empobrecimento é razão

Deste governo novo

 

Este país é p'ra sangrar

Nos braços da emigração

Arranje-se o próximo povo.

publicado por poetazarolho às 23:05 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Quinta-feira, 25.06.15

Arrastão

Arrastão.jpg

Tudo o vento levou

Deste nosso Portugal

Mas ainda cá deixou

A semente do capital

 

Que o governo semeou

Num dia de vendaval

E ainda assim germinou

Toda a raíz do mal

 

Que um povo arrastou

Num arrastão invernal

Por tempos de indecisão

 

Quando o vento acalmou

Na seguinte época estival

Já não havia paz ou pão.

publicado por poetazarolho às 00:05 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Quinta-feira, 18.06.15

Bem falante

Bem falante.jpg

De palavras transbordante

P’ra explicar aos gentios

Com modos de bem falante

Que não houve desvarios

 

Apenas um elefante

Não perturbou os demais

Com seu porte esvoaçante

Poupou todos os cristais

 

Os gentios convencidos

Da bondade do discurso

Tomaram uma decisão

 

Por não haver cristais partidos

Votam no elefante e no urso

Já na próxima eleição.

publicado por poetazarolho às 22:47 | link do post | comentar | ver comentários (3)
Quarta-feira, 17.06.15

Idade da pedra

Idade da pedra.jpg

A partir pedra andamos

Neste lindo Portugal

Mas dela não nos livramos

Pois a pedra é colossal

 

Diz a senhora ministra

Numa acertada previsão

Mas que ninguém desista

Desta terrível missão

 

É certo que à pedreira

Melhores dias chegarão

Num dia de soalheira

 

Mas depois da eleição

De ministros à maneira

Que a pedra transformarão.

publicado por poetazarolho às 23:02 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Segunda-feira, 15.06.15

Envelhecido

Envelhecido.jpg

Fiz cinquentenário jovem

Mas logo depois envelheci

Mesmo assim não me demovem

Pois foi o acto em que renasci

 

Apenas um pouco mais lento

E com o cérebro mais pesado

Não será do aleitamento

Ou estarei eu enganado

 

Envelheci num segundo

Após nove meses de gestação

Ao virar do cinquentenário

 

É meu desejo profundo

Ter a inversa reacção

Ao celebrar o centenário.

publicado por poetazarolho às 23:26 | link do post | comentar | ver comentários (5)
Terça-feira, 09.06.15

Cegueira urbana

Cegueira urbana.jpg

Era um mito urbano

Dos lados de Massamá

Chupou-nos até ao tutano

É o melhor que temos cá

 

O seu projecto alinhou

Com os desígnios da troika

Mas até essa ele superou

Ao vender a nação heróica

 

Fez fraco o forte povo

Nesta terra de ceguinhos

Nunca chegou a ser rei

 

Pois não trouxe nada novo

Apenas nos fez pobrezinhos

Quantos olhos tinha, não sei.

publicado por poetazarolho às 06:27 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Segunda-feira, 08.06.15

Enteados

Enteados.jpg

 Era um povo muito crente

Tinha um enorme coração

Mas um modo ambivalente

De crer nos que o não são

 

Por isso era deprimente

Chegada a hora da votação

Quem espremera a gente

Era favorito à reeleição

 

Não existia alternativa

Neste reino tão peculiar

Mesmo à beira do abismo

 

Mas ninguém viu qu’a deriva

Construída pr’a nos sangrar

Era a filha do capitalismo.

publicado por poetazarolho às 23:07 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Sábado, 06.06.15

Au Portugal

Au Portugal.jpg

Aqui está um Portugal

Que não anda de feição

Parece estar tudo mal

À roda num turbilhão

 

Eu resido num mural

Eu sou dono da bandeira

Viva o nosso país natal

Três vivas à bandalheira

 

Assim a caravana passa

Assim ladra a canzoada

Neste cortejo sem fim

 

Uns puseram mão na massa

Outros ficaram sem nada

E a história termina assim.

publicado por poetazarolho às 22:21 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Sexta-feira, 05.06.15

Xadrez

Xadrez.jpg

Estupidez organizada

Pertence a um padrão

Que parece ser uma piada

Mas é como as coisas estão

 

Governantes e governados

São os peões da situação

Meros entes comandados

Num jogo sem reversão

 

Onde a rainha e o rei

Torre, bispo e cavalo

São peões como os demais

 

Acima quem dita a lei

Faz jogadas com regalo

Como se fossem rituais.

publicado por poetazarolho às 22:55 | link do post | comentar | ver comentários (1)

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