Segunda-feira, 30.04.12

Grandes utopias

 

Já chegou a utopia

Aqui ao nosso Alentejo

Servida como poesia

Sem ter havido o desejo

 

Por acaso aconteceu

Aqui na vila morena

Que um dia amanheceu

Muito, muito mais pequena

 

Perante a grandeza maior

Das pequenas utopias

Que à luz do dia vieram

 

E condimentos trouxeram

Que hão-de temperar os dias

De quem se aventurar no sabor.

publicado por poetazarolho às 23:38 | link do post | comentar
Sábado, 28.04.12

A bússola

 

Pr’a quem quiser ajudar

Eu cá estou a publicar

Fazemo-nos ao alto mar

Não basta que saiba remar

 

Convém que saiba nadar

Ou um colete deve usar

Para que se possa salvar

Não vá a barcaça afundar

 

Aos que em terra vão ficar

Um conselho vos vou dar

O melhor será não esperar

 

Pl’a hora do nosso regressar

Não sei se nos iremos orientar

Pois pode a bússola avariar.

publicado por poetazarolho às 20:40 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Quinta-feira, 26.04.12

Batem leve levemente

 

Vamos a taxa alimentar

É só uma entre as demais

Se o estômago não aguentar

Toma-se uma colher de sais

 

Já temos a do combustíveis

E também a do tabaquinho

Pagas a dos bens comestíveis

E comes menos um bocadinho

 

É tudo a bem da nação

Por isso merece o esforço

No cinto faz mais um furinho

 

A ministra espera que não

Que não recaia no nosso dorso

Mas se cair, cai de mansinho.

publicado por poetazarolho às 23:20 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Quarta-feira, 25.04.12

Trinta e oito anos

 

As portas que Abril abriu

Estão de novo encerradas

Liberdade foi o que se viu

Os cravos nas espingardas

 

Para o assalto ao tesoiro

Regressaram todos ao país

Agora esbanjaram o oiro

Gozaremos o final infeliz

 

De um país que foi libertado

Para o banquete esquartejado

Durante muitos anos roubado

 

Agora chegou a intervenção

Venda a retalho até ao Verão

E no Inverno a revolução.

publicado por poetazarolho às 00:03 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Segunda-feira, 23.04.12

Gaspar amigo

 

O balanço é positivo

P’ra crise ultrapassar

Disse em tom incisivo

O bom do nosso Gaspar

 

De alto nível a reunião

Decorreu à porta fechada

Com Portugal no coração

Gaspar não disse mais nada

 

Obrigado Gaspar amigo

Este povo te agradece

Este povo está contigo

 

E o teu esforço enaltece

Assim não sentimos perigo

E esta nação engrandece.

publicado por poetazarolho às 22:22 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Domingo, 22.04.12

Vida com desconto

 

Temos vida com desconto

Para o máximo de prazer

Nunca pagamos a pronto

Moderna forma de viver

 

Pagas cinco e levas dez

Sabes que não vais precisar

Mas voltarás cá outra vez

Para mais cinco comprar

 

Se em casa não há espaço

Vais guardando na garagem

Mas não percas a emoção

 

Empilha também no terraço

Estas emoções e a miragem

Desta vida em promoção.

publicado por poetazarolho às 17:01 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Sexta-feira, 20.04.12

Ricos ao quadrado

 

 

Esperança morrerá da idade

Porque se dispôs a esperar

Nos tempos de mocidade

O mundo pensava mudar

 

Era enorme a velocidade

Desse seu mundo a girar

Agora olha com saudade

E sente o mundo a parar

 

Este é um mundo gelado

Da esperança envelhecida

Somos ricos ao quadrado

 

Dinheiro mede-se em milhões

E a esperança média de vida

É morte sem contemplações.

publicado por poetazarolho às 23:51 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Quarta-feira, 18.04.12

A última rosa

 

Escondida atrás do muro

Está a humanidade inteira

Lá não encontrará futuro

Da rotura está à beira

 

Espreita, vê e finge não ver

O óbvio dos nossos dias

Que aquele que se esconder

Vítima de suas covardias

 

Vai assistir ao espezinhar

Do jardim do seu vizinho

Se nada fizer para o ajudar

 

E quando se vir sozinho

Voltarão para o maltratar

Terá trilhado seu caminho.

publicado por poetazarolho às 20:30 | link do post | comentar
Domingo, 15.04.12

Valente e imortal

 

Se a filosofia perdeu

Também perdeu a magia

A fome desapareceu

Mas o político não queria

 

Então produziu um gesto

Fez desaparecer o mágico

Logo a fome e tudo o resto

Voltou, o que foi trágico

 

Sem a magia e a filosofia

Nação não produz riqueza

Está pobre e sem coração

 

Como há muito não se via

Mas produz ricos de certeza

Valente e imortal nação.

publicado por poetazarolho às 19:55 | link do post | comentar | ver comentários (3)
Sábado, 14.04.12

Nascer e morrer em Portugal

 

Cá no burgo é p’ra valer

Maternidade vai fechar

Já não se poderá nascer

Também isto é pr’acabar

 

E até o forno crematório

Vai deixar de funcionar

Não haverá mais velório

Quem cá está irá continuar

 

Sem nascimento e sem morte

E sem qualquer intermitência

Não esperemos melhor sorte

 

Da morte perder a evidência

Do nascer uma saudade forte

Grande desafio p’rá ciência.

publicado por poetazarolho às 21:25 | link do post | comentar | ver comentários (3)

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