Domingo, 31.07.11

Vida eterna


Pr’á vida não ter fronteiras
Deves procurar a tua sorte
Pois mesmo que não queiras
Tens a fronteira da morte

Faz da vida a vida eterna
Qu’a morte não te encontrará
Se viveres de forma tão plena
Sopro de vida te embalará

Em morte embalado pl’a vida
Nunca mais serás esquecido
Linha de fronteira desvanecerá

Pois com a alma assim repartida
Mesmo depois de teres morrido
Sempre alguém te lembrará.
publicado por poetazarolho às 04:12 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Sábado, 30.07.11

Tendinite


A culpa é da ganância
A culpa é do dinheiro
Fazem gerar uma ânsia
De ser sempre primeiro

Primeiro nas aparências
Primeiro no grande luxo
As minhas condolências
Ética morreu que diacho

Para o homem que futuro
É deixar de ser humano
A culpa é de Wall Street

Vejo aqui um mau auguro
A não ser que para o ano
Bolsa tenha uma tendinite.
publicado por poetazarolho às 06:26 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Sexta-feira, 29.07.11

Mimos ao poder


Cultura não é ministério
E nem nunca poderia ser
Cultura é um assunto sério
Não entra em jogos de poder

Ministério é o da agricultura
Aí sim já podemos concordar
Que para uma boa legislatura
Muitos nabos há que plantar

Se a cultura chegasse ao cimo
Seria outra a forma de governar
Agricultura seria despromovida

Pr’a ministro teríamos um mimo
Um dia havemos de lá chegar
Já os nabos far-se-iam à vida.
publicado por poetazarolho às 14:14 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Quinta-feira, 28.07.11

Alucinação


Não há respostas ao retardador
Na actual sociedade chiclete
Mastiga até perder o sabor
A seguir deita fora na retrete

Esta é uma sociedade sem dor
Moda Primavera/Verão promete
Estação com muito esplendor
Depois deita fora, não faças frete

É uma sociedade a todo o vapor
Em que dás um passo em frente
Mesmo estando à beira do abismo

Lá em baixo sente tudo ao redor
E se sentires um cheiro diferente
Não esqueças, puxa o autoclismo.
publicado por poetazarolho às 15:50 | link do post | comentar | ver comentários (3)
Quarta-feira, 27.07.11

Lança-chamas


Todos os gritos são nossos gritos
Mas é mais fácil não o reconhecer
Enquanto são os outros os aflitos
E quando formos nós a perecer?

Não haverá ninguém pr’a acudir
No momento dessa nossa aflição
Porque já ninguém estará a ouvir
Que nos restará como solução?

Enquanto tempo ainda nos resta
Demonstremos a nossa indignação
Enchamos bem os peitos de ar

Vamos mostrar a quem não presta
Como é um mundo em combustão
Com o lança-chamas vamos gritar.
publicado por poetazarolho às 16:02 | link do post | comentar
Segunda-feira, 25.07.11

A besta


Entre o bicho e o homem
Vai uma distância enorme
Os bichos matam e comem
Homem mata sem ter fome

Homem mata só por prazer
Até mesmo o seu semelhante
E grita na hora do ver morrer
Esta é uma vitória retumbante

Este homem é mais que bicho
Mata, destrói e canta vitória
É uma aberração da natureza

Filho de Deus, satanás ou lixo?
Muitos houve ao longo da história
Encarnações da besta com certeza.
publicado por poetazarolho às 16:10 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Domingo, 24.07.11

Juros d'arrasar


De Portugal são amigos
Vêm mais 3 mil milhões
Vamo-nos a eles galifões
Eu cá chamo-lhes figos

A dente de cavalo dado
Não se olha certamente
Nem se fica indiferente
Pior é se é emprestado

Com tanta falta de pilim
E os juros que irão cobrar
Eu nunca vi nada assim

Este país ir-se-á afundar
Será enorme o frenesim
Quando fôr dia de pagar.
publicado por poetazarolho às 15:49 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Quinta-feira, 21.07.11

Falso alívio


É dia de grande euforia
Nessa Europa um fartote
Estão a aliviar o garrote
Mas prolongam a agonia

É que ao alargar o prazo
E do juro haver diminuição
Estão a aliviar a pressão
E pr’a esbanjar darão azo

Já consigo ler o pensar
De quem está a governar
“Tempestade está a amainar

Tempo de bonança a chegar
Prenúncio pr’a voltar a gastar”
Raciocínio que nos vai afundar.
publicado por poetazarolho às 15:46 | link do post | comentar
Quarta-feira, 20.07.11

Godnomics


Esta depressão que nos anima
Nestes tempos tão materialistas
Os seres humanos dão nas vistas
E diferença pr’o robot é mínima

É certo que um robot deprimido
Não se anima como o ser humano
Ele permanece triste e inumano
Mesmo que tome o comprimido

Ao humano basta a pastilha tomar
Para que o caso mude de figura
Como resultado da transformação

Em absoluto passa a acreditar
No Deus da economia que perdura
Ele que indicará a via da redenção.
publicado por poetazarolho às 14:02 | link do post | comentar
Terça-feira, 19.07.11

O colosso


Que o colosso era maior
Eu já tinha desconfiado
A sina do povo sofredor
É nascer pr’a ser enganado

E a reboque do colosso
Chupam-nos até ao tutano
Ficamos só com o osso
Dizem que é só este ano

Tirando este foram todos
Pr’aí dos últimos trinta e tal
Serão os próximos quarenta

Alguns com dinheiro a rodos
Outros com a dívida colossal
E o colosso quem alimenta?
publicado por poetazarolho às 13:17 | link do post | comentar | ver comentários (1)

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