"Barulhinhos de fundo..."
Os lobbies fazem "barulhos"
Que só trazem confusão;
Uns, só nos trazem engulhos,
Outros... pura tentação!
É o que já conhecemos
Por "ruídinhos de fundo"
Em que, à vezes, nos perdemos
Dos contextos deste mundo...
Mas, deixando-nos guiar
Pela voz que nos norteia
Sempre rumo aos nossos sonhos,
Funcionamos com "radar";
Nem quando "a coisa" está feia
Nos mostramos mais tristonhos!
Maria João
A correr, a correr, envio o meu abraço, Poeta!
golimix a 19 de Dezembro de 2013 às 08:41
Já se uivava....
Muito obrigado amigo, por estes e outros versos que de si já recebi. Com estreitamento que está ocorrendo entre nós, sinto necessidade de lhe dizer o seguinte: não é que eu seja poeta, não me considero tal. Acontece porém, que a incomodidade e a apreensão pelo pelo que o nosso país vive, levou-me a fazer alguns jogos de palavras onde digo o que sinto e o que penso. Eventualmente sem sucesso, mas como constitui um excelente exercício mental, me entretenho por vezes com isto nos meus momentos de insónia. Também é uma tentativa de dar continuidade a uma característica de família que era serem poetas populares. Um abraço amigo
Eu também não sou nenhum poeta e o sentido da minha escrita começou precisamente do sentir a revolta pela condução da nossa nação, daí os agradecimentos que fiz nas colectâneas fictícias a que chamei "Sonetário do bananal",
Em 2010, "À natureza humana,aos sucessivos governos da 3ª República,à crise internacional,ao Presidente Chileno que apesar de todas as contrariedades soube dar ao mundo uma lição de humanismo e política global,e por último, mas não menos importante, aos progenitores por me terem feito assim tão parvo, a ponto de não conseguir vislumbrar saída para a actual situação."
Em 2011, "À natureza humana,aos sucessivos governos da 3ª República,à crise internacional,à velha crise nacional, ao IVA, ao IRS, ao IRC, às deduções fiscais, ao aumento do pão, do leite, dos refrigerantes, dos combustíveis e energia,e por último, mas não menos importante, aos progenitores por me terem feito assim tão parvo, a ponto de não conseguir vislumbrar saída para a actual situação."
Em 2012, "À natureza humana,aos sucessivos governos da 3ª República e à aprimorada gestão dos dinheiros públicos,à crise internacional e à generosidade da Troika,à velha crise nacional, ao IVA, ao IRS, ao IRC, às deduções fiscais, ao aumento do pão, do leite, dos refrigerantes, dos combustíveis e energia,e por último, mas não menos importante, aos progenitores por me terem feito assim tão parvo, a ponto de não conseguir vislumbrar saída para a actual situação."
Em 2013, "Aos votos de bom ano de suas excelências nacionais,aos votos de bom ano de suas excelências internacionais,aos votos de bom ano do cão, do gato e do periquito,e ao meu voto de que 2013 faça um manguito a todos estes votos de bom ano e seja um ano igual a todos os outros, desde 1929 inclusive.
Em 2014, ainda não pensei a quem serão dirigidos os meus agradecimentos.
Meu caro amigo, o nosso pensamento é na verdade gémeo, pois comungamos da mesma dor por vermos o nosso país aviltado, depois de tanta esperança. De novo os grupos económicos comandando a política, de novo os que sustentaram os 48 anos de obscurantismo, aí os temos, não com as instituições genuinamente repressivas como nesse tempo, mas nos ecrãs, o povo de novo igualmente comandado, mas agora por uma chusma de teóricos em que a única coisa que esclarecem é que estão vendidos e a sua própria incompetência, a aferir pelo estado a que toda essa gente conduziu o nosso país. Foi não querer assistir passivamente a tudo isto, que me conduziu a esta atitude de intervenção. Obviamente que apareço com um pseudónimo, sinto-me menos restringido de dizer o que sinto e o que penso. Adivinho que o amigo faz o mesmo, talvez não pelos meus motivos que os meus, e presumo também, pelo que o amigo escreveu, que é uma pessoa com experiência de vida e capacidade de observação do que nos rodeia e de reconhecer onde se aloja a maldade. Eu perante um amigo, não aqui agora, me identificarei, embora, como não sou pessoa importante nem conhecido, isso seja irrelevante. O que mais interessa, é fazer circular ideias, embora com a consciência que não passarei de pulga que morde elefante. Do que tenho a certeza é que, pensar é um excelente exercício que por si só é compensador, além da satisfação de não me deixar encarneirar na maioria que ao fim e ao cabo sustenta a nossa tragédia. Com um abraço, por agora fico por aqui, mas espero que mais contactos venhamos a ter. Um bem haja.
Com os meus cumprimentos
Poeta Maldito
Sejamos então gémeos no pensamento, o que muito me honra pode crer. Eu tenho menos três décadas que o amigo, o meu pai é de 36, também mais novo, por aqui mantenhamos os pseudónimos, embora isso como diz seja irrelevante enquanto pulgas.
Quanto aos 48 anos tenho parca memória desses tempos, mas lembro-me de estar na 4ª classe e nesse dia a professora estar com um rádio no parapeito da janela e nós todos, uma classe só de rapazes estarmos a realizar umas pinturas ou algo assim, mas eu apercebi-me de que algo de anormal se estava a passar, nunca vivi verdadeiramente a dureza doutros tempos, mas os meus progenitores fizeram questão de me transmitir essas memórias e de me terem feito assim tão parvo, a ponto de não conseguir vislumbrar saída para a actual situação.
Espero um dia destes possamos tomar um chá ou algo assim.
Um abraço,
Dum Zarolho que se não julga poeta, mas que se fez parecido por força das circunstâncias
Caro amigo, folgo muito saber que o amigo é um jovem. Em termos de geração, podia ser meu filho. Isso não contudo, não é, entendo eu, razão para não estabelecermos amizade em torno de pontos de vista comuns. Eu sou bastante mais velho, por isso estou em condições de contar o que foi a revolução de Abril e o despoletar de sensações quase impossíveis de descrever.
Eu que mercê da vivência anterior a esse acontecimento, era, direi, uma pessoa tímida devido a todo um clima intimidatório existente no meu local de trabalho, clima típico existente nas grandes empresas. Alterei completamente a minha personalidade, ao ponto de eu próprio quase não me reconhecer e não mais fui a mesma pessoa. Toda aquela onda de novas ideias e a possibilidade de averiguar o que era o regime derrubado e tudo o que era escondido, fez-me sentir algo que eu não pensava possível. Foi como se, até aí eu estivesse sendo traído e eu acabava de descobrir. Assistir a uma inversão dos que intimidavam nas relações entre mandados e mandantes e ver-lhes a apreensão pelas culpas que sentiam, era na verdade surpreendente.
Mas eles voltaram de novo, com novas nuances, não com as instituições repressivas de então, mas com novos métodos, não contra os que, através da política reclamavam democracia, não com a violência física, mas com a psicológica, praticada contra a generalidade dos cidadãos. Igualmente nos impõem o medo através da chantagem, onde a comunicação tomada por eles, é a peça central com que submetem este povo à chantagem. Num quadro destes destroem o país e as nossas vidas, entregando tudo o que sustentaria o estado social ao estrangeiro e endividado o país, onde perto de 20% de trabalhadores estão no desemprego e no desespero. Tudo pelas oligarquias e pelos especuladores, os quais comandam, e à ideologia que os servem. Criam deliberadamente, como método de desenvolvimento, um exército de vidas no desespero e na miséria, para atraírem abutres pelo despojos de vidas humanas, quais cretinos que não vêm que num quadro destes, os mais qualificados e mais jovens abandonam o país, e este deixa de ser viável economicamente e nele, a predominarem os velhos, deixando a suspeita que talvez tenham em mente uma qualquer solução final para um tal desequilíbrio etário.
Eis meu amigo o que são as minhas motivações, as quais não me dão sossego e que aqui partilho consigo.
Um abraço amigo
Poeta Maldito
Peço desculpa pela afirmação "Eu tenho menos três décadas que o amigo", pois ~fiz confusão com outro amigo destas andanças, aqui fica a rectificação tenho menos 1 década e meia.
Um abraço gémeo
Ok, tive em atenção a correcção. Obrigado